Código de barras comestível é a nova arma contra a falsificação de alimentos
Eles estão entre nós todos os dias, mas acabam passando despercebidos. E se os códigos de barras fossem comestíveis?
Na verdade essa não é uma questão de “e se”. O código de barras comestível já existe. Primeiro foi aplicado com fins médicos e agora está chegando aos alimentos.
Pra que serve um código de barra?
Esse formato foi criado ainda na década de 50 e esconde um sistema super organizado de classificação, criado a partir de combinações numéricas representadas pelas famosas listras pretas. Essa classificação facilita a identificação do produto e é usada em bens de consumo como alimentos e medicamentos.
O QR code é uma evolução do código de barras, já que pode armazenar mais informações e quando convertido em texto, permite a inserção de um endereço de internet (URL). E você aí pensando que QR code só servia para acessar cardápio em restaurante na pandemia…
Os medicamentos foram os primeiros
As farmacêuticas produzem medicamentos em grandes quantidades e com um número limitado de cores de cápsulas. Por isso, muitas vezes, mesmo tendo doenças e necessidades diferentes, os pacientes precisam ingerir medicamentos que parecem o mesmo.
Dessa forma, especialistas da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, desenvolveram um código de barras (mais precisamente um QR Code) para personalizar o tratamento de cada paciente.
São medicamentos personalizados que possuem códigos QR comestíveis com todas as informações detalhadas sobre o medicamento.
Os pesquisadores prepararam medicamentos comestíveis nos quais imprimiram o QR code.
Como o QR Code contém todas as informações relacionadas ao medicamento, o paciente pode verificar os compostos que consome, simplesmente escaneando com seu celular, evitando erros na administração do medicamento.
Que tal um código de barras comestível no seu biscoito?
O Japão é um dos países mais preocupados em diminuir cada vez a produção de lixo de seu país. E é lá que existe uma verdadeira corrida para desenvolver etiquetas comestíveis e isso inclui os códigos de barra.
À medida que o mundo tenta reduzir o consumo de embalagens extras, o Japão busca desenvolver rótulos de alimentos comestíveis não tóxicos, que não alterem o sabor ou a aparência dos alimentos e cuja leitura não implique em destruir os próprios alimentos.
E os biscoitos foram os escolhidos como alimentos pioneiros dessa tendência.
Desta forma, um código QR feito do próprio biscoito é utilizado como etiqueta, resolvendo assim quaisquer questões de sabor e textura.
Ou seja, não se preocupe em sentir gosto de plástico ou papel em seu cookie. O código de barras terá gosto de biscoito.
Melhor ainda, como todas as informações estão contidas no interior do alimento, a aparência externa do biscoito permanece completamente inalterada. E como uma simples luz de fundo torna o código QR visível, as informações ficam prontamente disponíveis para produtores, varejistas e consumidores, com apenas um celular de distância.
Código de barras comestível que previne falsificações
Reduzir a quantidade de embalagens e plásticos é uma das preocupações que movem a fabricação de etiquetas comestíveis, porém não é a única.
Se engana quem pensa que apenas eletrônicos e roupas são falsificados, a indústria alimentícia também passa por isso. Principalmente alimentos caros, como alguns queijos e bebidas.
Quando você consome bebidas alcoólicas, existem boas chances de ela ser adulterada. Pois é, as estatísticas mostram que esse é um problema recorrente no mundo todo, sendo que 1 em 4 bebidas, sobretudo o uísque, são contrafeitas.
O pior é que pouco pode ser feito para distinguir o original do falso.
Pelo menos, até agora.
Com este problema em mente, um grupo de engenheiros biomédicos do Instituto Nacional de Ciências Agrícolas da Coreia do Sul desenvolveu um código QR especial como medida de segurança. Os cientistas criaram o rótulo de seda fluorescente comestível para revelar se o uísque que você deseja comprar é falso.
O código na etiqueta de seda fluorescente se parece com um código de barras e invisível a olho nu. Além disso, esses rótulos são comestíveis e não alteram o sabor da bebida.
Esta nova tecnologia anti-falsificação, publicada na revista ACS Central Science, poderá ser um passo em frente não só na procura de uma solução para a indústria do álcool, mas também na luta contra os medicamentos contrafeitos, que também são um enorme problema.
Os pesquisadores colocaram etiquetas em diversas marcas de uísque durante um período de 10 meses e conseguiram ativar continuamente as etiquetas e códigos com um aplicativo de smartphone. Além disso, a equipe desenvolveu formas para as etiquetas serem ativadas em vários cenários de luz, o que permite que o próprio consumidor confira se sua bebida é ou não original.
Consumo consciente
Outra proposta dos códigos de barras comestíveis é permitir que o consumidor saiba exatamente de onde veio cada ingrediente que compõe aquele produto que ele está comprando.
Assim, ficará mais fácil fazer escolhas de consumo mais sustentáveis e finalmente trazer transparência de ponta a ponta ao sistema alimentar.
Afinal, uma vez que tenhamos um registro incorruptível de onde vem o alimento, poderemos rastreá-lo desde a saída da fazenda até chegar ao nosso prato, certo?
É pensando nisso que criamos a primeira certificação de produto e de ingrediente upcycled do Brasil, para garantir que produtos e ingredientes que valorizem resíduos sejam destacados e transparentes com o consumidor.
Através dele o consumidor vai ver na embalagem o selo e contará ainda com QR code para conhecer todo o trajeto do seu produto e conhecer sua composição. Aqui ninguém esconde que transforma resíduos em matérias-primas valiosas, a gente faz questão de mostrar para você, consumidor.
E se sua empresa quer ter seus produtos e ingredientes certificados, fala com a gente! E aproveita pra conhecer mais no site: http://www.certificacaoupcycling.com.br/
Isso significa que a partir de agora você pode buscar nas embalagens dos produtos que consome e pode (deve!) cobrar que as empresas que utilizam ou produzem ingredientes upcycled se certifiquem e garantam a procedência e segurança de seus insumos.
Outra empresa a investir em rastreabilidade é a canadense Index Biosystems, que desenvolveu um código de barras invisível feito com fermento.
Fermento rastreável criado pela Index./ Image: IndexBiosystemsA empresa cria o que chama de BioTag misturando fermento de padeiro com água e, em seguida, borrifando-o no produto. As BioTags são incrivelmente pegajosas depois de aplicadas e permanecem coladas à superfície dos grãos. A partir daqui, o BioTab vira, de certa forma, um código de barras invisível que a empresa ou os clientes podem ler e descobrir sobre a produção e o caminho percorrido até chegar em suas mãos.
Tecnologias que mudam tudo
Inovações como o código de barras comestível promete mudar muitas coisas em vários setores.
Não se trata apenas de reduzir o plástico, mas também de garantir a segurança do alimento e ainda prover mais informações e transparência ao consumidor.
O selo de upcycling ainda não é comestível, mas garante a transparência e confiabilidade que você merece!
Fontes: The Spoon, QR.io, Euro News, Eurek Alert, Alimentos JR
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