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ESG vs Anti-ESG

ESG vs Anti-ESG

Como toda história tem o herói e o anti-herói, também é assim com o ESG, o mocinho que possui seu próprio vilão, o ANTI-ESG. Na bolsa de valores o conceito se traduz em investimentos em setores excluídos dos fundos sustentáveis como as empresas de petróleo, cigarro, álcool e armas.

Seja por questões políticas com apoio a políticas conservadoras, seja por mera busca de capital desenfreado, a pauta anti-ESG está ganhando destaque.

É fato que algumas ações afirmativas foram tiros que saíram pela culatra das marcas entre consumidores conservadores, como aconteceu nos EUA no ano passado com a campanha da Budweiser com uma pessoa trans, que gerou boicote e queda de quase um terço nas vendas no período.

No Brasil ocorreu algo semelhante em 2022, quando pecuaristas fizeram churrasco nas portas de agências do Bradesco em protesto contra a publicidade da empresa, que pregava redução do consumo de carne para diminuir a pegada de carbono.

Por outro lado, segundo relatório da Morningstar, fundos sustentáveis registraram retornos superiores aos tradicionais, exceto em 2022, quando iniciou a guerra, a inflação atingiu pico de décadas e os juros subiram. Desde então, a captação anti-ESG segue em queda.

A pressão está fazendo instituições financeiras recuarem em suas metas ESG ou pelo menos falarem menos sobre elas. Além da questão política, o argumento é o de que produtos financeiros devem ser objetivos e que o propósito de um investimento é obter o máximo lucro.

Há quem defenda o shareholder primacy, política em que o lucro dos acionistas é a prioridade máxima de uma empresa, ao passo que no ESG há a defesa do stakeholder, ou seja, os interesses de todos os envolvidos no negócio, incluindo empregados, clientes e a sociedade como um todo devem ser prioridade.

Inclusive a BlackRock, maior gestora do mundo, deixou de ter o ESG como prioridade em sua tese de investimentos e seu novo foco passou a ser a resiliência financeira, como se essas pautas fossem mutuamente excludentes, o que não são.

Além disso, até as empresas investidas pelos fundos anti-ESG, vejam só, investem em ESG! A Taurus, fabricante de armas, por exemplo, possui um comitê estratégico de ESG. Ambev e BAT também investem em sustentabilidade há anos.

Fundos sustentáveis não ganham dinheiro com guerras, como aconteceu na Ucrânia que provocou alta do petróleo. Foi um evento lucrativo para fundos anti-ESG, mas se esse for um argumento válido, logo vão defender a volta da escravidão pelo bem da economia já que o pagamento de salários prejudica o lucro das empresas. Faz sentido? Pois não deveria!

E mais, o lucro de hoje vai continuar a existir até quando? Se explodirmos o planeta, não sobrará pessoas para usufruir de toda essa grana… talvez seja por isso que os bilionários estejam construindo bunkers à prova de catástrofes para sobreviverem quando isso acontecer.

Se quiser saber mais sobre ESG veja aqui.

Conheça o Instituto Brasileiro de ESG aqui.

 
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