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Tendência e desejo, precisamos distinguir.

Tendência e desejo, precisamos distinguir.

Tendência e desejo, qual a diferença? No último mês o presidente do Ifood disse que em 10 anos ninguém mais vai precisar cozinhar em casa.

Nem vou entrar no mérito da questão de como é possível remunerar o produtor, o cozinheiro e o entregador, o preço do alimento e o lucro da empresa ser mais barato do que cozinhar em casa. Isso por si só já é tema para um outro post inteiro, quero falar sobre a definição de tendências e que diferencia do mero desejo.

Vamos à definição: tendência é uma força que imprime determinado movimento ou orientação. É uma inclinação, propensão. Como você já deve imaginar, o mundo é grande e diversas forças coexistem e influenciam umas nas outras, é aí que entra uma boa análise de tendências.

Identificar e distinguir, no meio de um mar de informações, o que é sinal e o que é ruído, o que é uma tendência e o que é apenas uma moda passageira é o primeiro passo. Entender como essas forças interagem umas com as outras, se há movimentos contrários e mais ainda, como o comportamento humano deverá se comportar diante delas, é o segundo passo.

“Traduzir” tudo isso em análises, das mais profundas aos resumos, das mega às micro tendências, tornar isso acessível, é o terceiro passo.

Dito isso, existem empresas sérias e tem quem publique “tendências” enviesadas apenas pelo desejo de que aquilo aconteça. Sendo mais clara, é uma forma de manipulação de dados e de pessoas, não é tendência, é só desonestidade mesmo.

Por que se apoiar em boas análises de tendências? Porque quando sabemos para onde nosso consumidor se move, podemos tomar melhores decisões, é sobre se preparar para o futuro enquanto se trabalha hoje.

Mesmo quem não tenha condições de pagar por análises sob medida para sua empresa, vale a pena ter o olhar apurado e aproveitar que ainda há bons materiais gratuitos e isso, somado a uma dose cavalar de observação, cultura, olhar curioso de um eterno aprendiz já é um excelente ponto de partida para sua estratégia de inovação.

E o desejo? Bom, esse você sabe, é o querer que algo aconteça. E o que isso tem a ver com o caso do CEO do Ifood?

É que ainda que exista de fato uma tendência de cozinhar menos, há uma série de dimensões do comportamento humano e de outras tendências que, evidentemente, não dão nenhum indício de que esse aumento será total ou que atingirá toda a população, aliás, não deve atingir nem a bolha dele, já que cozinhar é também um prazer e um momento de integração entre família e amigos.

Então quando se deparar com qualquer fala supostamente ligada a alguma tendência, avalie se é tendência mesmo, se é um ruído ou se é só um desejo de alguém querendo que um dia aquilo se torne realidade.

Ah, esqueça a adivinhação, tendência não é sobre isso, aproveite a bola de cristal pra fazer um drink lindão como o dessa foto!

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