Entenda o que é Eco-score e como a certificação ambiental vai virar tendência também no Brasil
Você certamente já deve ter visto as novas informações nutricionais que estão vindo nos alimentos agora, não é?
Aquelas lupas indicando sinais de alerta em um produto são a versão latino-americana do nutri-score, o esquema europeu baseado em semáforo e letras que rankeiam produtos de acordo com seu teor nutricional, sendo A (verde) o melhor e E (vermelho) o pior nos critérios avaliados. Mais recentemente veio o eco-score, que começou como uma iniciativa na França e se espalhou para outros países da Europa.
Mas o que é o eco-score e por que é importante que você, empreendedor, procure se posicionar nessa régua?
É isso que vamos te explicar a seguir.
Eco-score: uma pontuação de ecologia?
Sim, em tradução literal do termo é basicamente isso.
Falamos na introdução do nutri-score e este serve para mostrar ao consumidor a pontuação daquele alimento em relação ao seu valor nutricional, ou seja, se ele é bom, ruim ou mediano.
Já o eco-score, serve para indicar aos compradores a pontuação de determinado produto em relação ao seu impacto ambiental e sustentabilidade.
Como já falamos anteriormente em outros artigos, hoje a preocupação com os danos ambientais que causamos no planeta é muito presente nos consumidores. Inclusive, diversas pesquisas já mostraram que as pessoas estão dispostas até a pagar um pouco mais por um produto, se souberem que contribuirão de forma positiva com a natureza através dessa escolha.
E o eco-score serve justamente para isso: para auxiliar o cliente nessa escolha entre o que é mais sustentável.
Esse termômetro ecológico tem uma pontuação que vai de A até E. Funciona assim: Uma pontuação A sugere que o produto é uma escolha sustentável, enquanto uma pontuação E representa uma pegada ambiental relativamente elevada.
Ou seja, são produtos que não orgânicos, com uma pegada de carbono considerável, com o uso de matérias-primas insustentáveis etc.
Eco-score = aumento da competitividade
Sim, para os produtores de alimentos, cosméticos e outros itens, é fundamental ficar de olho nessa nova tendência e se adiantar frente a competição.
É de esperar que quem empreende tente competir ajustando ou reformulando os seus produtos para alcançar uma eco-score mais elevada.
Como resultado, o mercado irá competir diretamente para ver quem tem a maior sustentabilidade.
Não é uma competição ruim, concorda? Por exemplo, um consumidor pode ficar surpreso com a alta pegada ambiental de um abacate e optar por homus em sua torrada.
Estas mudanças farão com que os produtores repensem o seu catálogo de produtos e considerem a reformulação dos mesmos usando ingredientes mais sustentáveis.
Tudo isto levanta a questão de como os produtores de alimentos podem melhorar a sua eco-score e permanecer à frente da concorrência.
Apostar no upcycling pode ser uma excelente solução, já que você reaproveitará resíduos alimentares que, de outra forma, iriam para o lixo. O que reduz a pegada de carbono e, de quebra, ainda diminui o desperdício alimentar.
A certificação entra na história
Talvez você ainda não tenha ligado os pontos, mas o eco-score tem tudo a ver com certificação.
Por quê? Porque essa pontuação de sustentabilidade vem exatamente nas embalagens dos alimentos, assim como os certificados.
Os consumidores querem refletir uma maior sustentabilidade em suas escolhas de compra, então facilitar a tarefa para eles trazendo todas as informações nos rótulos e embalagens do produto, também facilitará a sua identidade enquanto marca e, é claro, suas vendas.
Além disso, se preocupar com a certificação previne que você seja visto apenas como mais uma empresa que pratica o “greenwashing”, isto é, lavagem verde. Ou seja, aquela maquiagem de ecologicamente correta que muitas marcas utilizam, mas não comprovam.
São as famosas frases genéricas como: “empresa amiga da natureza”, “neutro em carbono” ou “ecologicamente correto”.
Na União Europeia, por exemplo, essa auto intitulação de sustentabilidade foi proibida. A partir de agora, as empresas precisam fornecer provas de excelente desempenho ambiental reconhecidas e relevantes. Por fim, a lei também obriga as marcas a cumprirem requisitos de fundamentação mínimos para fins de sustentabilidade.
Ou seja, é necessário se certificar.
E, atenção, rotulagem ambiental é algo que não deve demorar muito para chegar ao Brasil.
Quem se antecipa, governa!
Quem prevê tendências e hábitos de consumo do futuro, sai na frente.
E a maior certeza para os dias que virão é que os alimentos terão que ser feitos de forma mais sustentável e ambientalmente responsável. O eco-score é uma forma de medir isso e tornar fácil para os consumidores entenderem também. O certificado upcycling é outra forma.
Ao mostrar que os seus produtos são upcycled você irá informar ao seu cliente os valores da sua marca. Ou seja, uma empresa que se preocupa com o meio ambiente, com sua pegada de carbono e com a sustentabilidade dos seus produtos. Talvez sua produção já seja com ingredientes upcycled, reduzindo desperdícios de matérias-primas, mas é essencial que os seus consumidores também saibam disso.
E a melhor forma é através da certificação. E ela também existe no Brasil!
Os consumidores querem isso e o planeta também. E, claro, uma certificação fala mais do que mil frases.
Fontes: Rabobank, Sustainability Mag, Bioeco Actual, Olive Oil Times
[…] fácil de capacitar consumidores a fazerem escolhas mais informadas (já falamos sobre esse assunto aqui e aqui). Outro exemplo de certificação que promove produtos, ingredientes e menus sustentáveis […]