O preço oculto dos alimentos no mundo vale US$12.7 bilhões ano
US$12.7 bilhões ao ano é o preço oculto dos alimentos no mundo, ou seja, 10% do PIB global anual.
O novo relatório da FAO analisou os custos ocultos do sistema alimentar para a saúde, a sociedade e o ambiente.
O maior impacto é na saúde: 73% dos custos ocultos estão associados a dietas que levaram à obesidade ou a doenças como diabetes. O próximo maior impacto foi no meio ambiente, representando mais de 20% dessa conta.
E claro, esses custos não são distribuídos igualmente, nos países em desenvolvimento, quase metade dos custos ocultos estão relacionados à pobreza, à produção insuficiente de alimentos e baixa remuneração dos agricultores e chegam a 27% do PIB em comparação a 8% nos países desenvolvidos.
Para complicar, isso tudo está interligado. Por exemplo, o cacau produzido em países mais pobres é comprado por um valor muito baixo, mantendo a pobreza em sua origem e incentivando práticas como desmatamento para aumentar a produção e a renda. Ao mesmo tempo, ao ser consumido em barras de chocolate com alto teor de açúcar, aumentam também os custos com saúde nos países consumidores. Melhorar a remuneração dos agricultores diminuiria o problema tanto no país de origem quanto no de consumo.
As perdas e o desperdício na cadeia de alimentos são parte dos custos que a gente não vê, mas impactam no meio ambiente, na sobrevivência das empresas e no preço dos produtos que compramos no supermercado.
Não há uma solução única e muito menos uma solução simples. A redução destes custos ocultos requer ação combinada de governos, indústrias e até do consumidor em fazer escolhas melhores.
A FAO já está trabalhando no relatório do próximo ano e trará estudos de caso para ajudar os países a implementarem essa contabilidade de custos reais (do preço oculto dos alimentos), mas será preciso que os governos realmente comecem a resolver os problemas do seu sistema alimentar e não apenas a transferir a responsabilidade para outro lugar do mundo.
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