Comida de vestir: tecidos de alimentos (parte 2)
Você sabia que a cultura do algodão é tida como uma das mais tóxicas ao mundo, consumindo mais de 25% dos inseticidas utilizados no mundo? Veja o segundo artigo da série “Comida de vestir”.
São necessários 20 mil litros de água para produzir 1kg de algodão. Esta quantia é suficiente para produzir apenas uma camiseta e um par de jeans (t-shirt e calça de ganga, em Portugal). Por isso é tão importante explorar novos têxteis. Os alimentos são para comer e seus resíduos para vestir.
Já viu o primeiro artigo? Não? Veja aqui!
3- Soja
Além de ser fonte de proteína vegetal, a soja também é fonte de matéria-prima para a sua roupa. Feito com os resíduos da produção de tofu, seus principais benefícios são: maior resistência que lã e algodão, textura e conforto similares a lã cashmere; e reage bem com diversos corantes.
4- Milho
As fibras sintéticas são, em sua maioria, derivadas de petróleo. A Ingeo é uma fibra feita a partir de milho, é 100% vegetal e requer apenas metade da energia utilizada pela produção do poliéster comum. O amido de milho fermentado é base para produtos de vestuário e também bio-plásticos. Feita a partir de dextrose de milho, a produção de tecido provém de plantações já utilizadas para produção de combustível e utiliza menos de 0,5% dessas áreas, não impactando nos preços atuais do milho.
Para completar, o tecido resultante é biodegradável, antibacteriano e de secagem rápida, indicado para trajes esportivos. É hipoalergênico (pode ser usado em peles sensíveis) e não amassa, então não precisa ser passado a ferro.
5- Acessórios de restos de comida
Além de vestir comida, você também pode usá-la em acessórios. A Bio Trimmings, startup inglesa, produz acessórios com sobras alimentares. De pepino a feijão, tudo pode ser aproveitado em suas bolsas, colares e botões. E claro, além de duráveis, os produtos feitos à mão não possuem cheiro.
Quando comprar roupas, procure os tecidos ecológicos e, se optar pelo algodão, dê preferência aos orgânicos. A natureza agradece!
Artigo originalmente escrito em 23/10/2017, editado e publicado em 09/03/2023.
Referências: Web Ecoist, Brooklin Fashion + Design Accelerator, Organic Consumers Association, World Wildlife Fund, Eco Watch, Swicofil, Stylo Urbano