Restos de frutas que viram cosméticos: o upcycling da beleza
Restos de frutas costumam virar adubo ou vão para o lixo. Porém com o ucpycling eles também podem virar cosméticos.
Uma das indústrias mais problemáticas do mundo para o meio ambiente é a indústria da beleza. Por isso, alternativas upcycled são essenciais em busca de um mercado mais sustentável e consciente.
Se os cosméticos fazem parte da sua vida e você quer saber mais sobre as tendências desses produtos para o futuro, vem com a gente!
Caos na indústria de cosméticos
As questões alarmantes envolvendo esse mercado são inúmeras: poluição química, grande uso e desperdício de plástico e, até mesmo, crueldade animal.
Além disso, mesmo os produtos de beleza feitos com ingredientes naturais não escapam ilesos. Ou seja, não são necessariamente melhores que os produtos de base química. Te explico o porquê.
Porque muitas vezes a produção da matéria-prima se torna insustentável. O óleo de palma, por exemplo, é um dos ingredientes mais usados em cosméticos naturais. Porém, a elevada procura pelo óleo levou a um cultivo extensivo insustentável, falamos sobre as alterntivas ao óleo de palma aqui.
Outro grande problema, como mencionamos acima, é o plástico. Isso porque a poluição plástica causada pelos cosméticos não termina nas embalagens. Até os próprios produtos podem conter plástico em sua composição.
Frutas feias viram produtos de beleza: upcycling da ironia
Aqui estamos falando de unir o útil ao agradável.
A essa altura, com certeza, você já deve saber que as frutas e legumes “feios” não chegam sequer aos supermercados. São jogados fora por serem considerados não atraentes o suficiente para os consumidores.
Mas não precisa ser assim. Não são só os restos de frutas que viram cosméticos, as feias também podem se tornar um produto de beleza. Foi isso que fez a designer espanhola Júlia Roca Vera.
Cosméticos LLeig
Lleig significa “feio” em catalão e foi justamente a palavra escolhida para dar nome a startup de Júlia.
A primeira fruta “feia” escolhida pela espanhola para começar sua linha de produtos foi a laranja. Com a laranja, ela consegue criar 4 produtos. Com a polpa, ela extrai óleos essenciais para fazer um hidratante e um sabonete. Raspando a casca se produz um pot-pourri e o suco espremido, Júlia afirma que bebe.
E, além disso, essas embalagens de cerâmica também são upcycled e reutilizáveis. Para fazê-las, a Lleig usa resíduos provenientes de matadouros, como ossos e peles de animais.
Restos de frutas viram diversos cosméticos
Uma startup inglesa resolveu dar um destino mais nobre às partes renegadas das frutas e as transformou em cosméticos.
A FRUU é uma startup britânica de cosméticos especializada em produtos sustentáveis para a pele. O diferencial? Suas matérias-primas são restos de frutas orgânicas e outros ingredientes vegetais também derivados de resíduos alimentares.
A ciência por trás
A fundadora, Terence Chung, cientista de cosméticos e bioquímica, era professora em uma escola enquanto fazia seu doutorado. Ela abordou nas aulas o tópico da produção de cosméticos e discutiu os impactos da petroquímica nesse segmento. Naquela época ela própria passou a pensar em como os cosméticos são insustentáveis ao meio ambiente e a maioria das marcas ecológicas não atendia o público jovem.
Nasceu então a FRUU, para oferecer produtos cosméticos acessíveis e sustentáveis com um toque de diversão. No começo Terence trabalhou para alguns formuladores de cosméticos e depois passou horas testando suas próprias fórmulas em casa.
Quando será que vai chegar aqui?
PS: Artigo originalmente escrito em 04/06/2017 e publicado aqui em 28/09/2023.