IA na Indústria de Alimentos: uma combinação que tem o sabor do futuro
A Inteligência artificial está em tudo, inclusive naquilo que comemos. Este é só o começo da revolução da IA na indústria de alimentos, e tem muito mais oportunidades do que você imagina.
Para atender as demandas do futuro dos alimentos, a IA talvez seja a maior aliada da indústria alimentícia. Ela pode ajudar empresas a entender hábitos de consumo, antecipar tendências e comportamentos de compra e com isso melhorar o relacionamento da marca com os clientes.
Isso sem falar da importância da IA na indústria de alimentos para melhora da segurança alimentar e nutricional do alimento, para a otimização de processos de classificação e rotulagem de alimentos, ou ainda o rastreamento de alimentos e bebidas durante toda a cadeia de produção até a distribuição.
5 benefícios da IA para a produção e distribuição de alimentos
- Melhora a segurança do alimento;
- Otimização do processo de produção;
- Torna mais rápida e eficiente a descoberta ou criação de novos ingredientes;
- Aumento da sustentabilidade e redução de perdas e do desperdício;
- Análise de dados e tendências de mercado;
- Auxílio no desenvolvimento de novos produtos;
Grandes empresas já exploram o potencial da IA em alimentos
Esse não é mais um futuro de filmes de ficção científica. Grandes empresas do ramo alimentício já utilizam a IA em diversos setores de suas produções. Por exemplo:
- Starbucks: Foi uma das primeiras a perceber o potencial de usar a IA para personalizar seus serviços. A Starbucks pode fornecer recomendações específicas para cada cliente de acordo com seus padrões de compra e gostos pessoais. A IA faz isso analisando pedidos anteriores, preferências e informações de localização.
- Coca-Cola: Vem usando sistemas de Inteligência Artificial para agilizar sua cadeia de distribuição ao redor do mundo. A IA auxilia a prever com precisão onde o produto está sendo mais buscado e onde está em falta. Assim, a Coca pode se livrar de estoques e garantir que esteja sempre presente globalmente.
- Nestlé: As plataformas da Nestlé são alimentadas por IA para examinar dados de mercado, tendências das redes sociais e feedback de clientes para identificar possíveis ideias de novos produtos que irão performar bem entre os consumidores e atender às suas respectivas necessidades.
Inteligência para se alimentar bem
Quando falamos de IA na indústria de alimentos, não nos referimos apenas a melhorias de lucros, logística e pesquisa de mercado; também estamos falando de oferecer ao consumidor produtos mais saudáveis e, até mesmo, mais gostosos.
Por exemplo, a empresa January AI, dos EUA, desenvolveu um sistema que rastreia diversos produtos e pode prever o impacto da glicemia de mais de 32 milhões de alimentos em cada pessoa e, dessa forma, sugerir alternativas mais saudáveis. Essas sugestões vão para os produtores e eles podem diminuir o teor de açúcar antes do alimento chegar aos supermercados.
Já a Domino´s adotou um sistema de IA em seu controle de qualidade. O dispositivo é chamado “DOM Pizza Checker” e funciona como um fiscal. Ele analisa cada pedaço de pizza antes de entregá-la ao consumidor. O software mostra quando uma pizza está com o formato ou recheios incorretos para que a equipe possa assar uma nova.
Ou seja, a tendência é que com a ajuda da Inteligência Artificial a indústria diminua erros de produção, resultando em produtos melhores e mais seguros.
Start-ups que estão tornando realidade a IA na indústria de alimentos
- Trellis: A start-up israelense comercializa um sistema IA para estudar dados de colheitas e produção de alimentos para prever as demandas de mercado e permitir que a indústria se torne mais eficiente em termos de recursos e direcionamento.
- Ainova Food Analytics: Fundada no Chile, a Ainova aplica Inteligência Artificial para ajudar empresas a produzir alimentos saudáveis com baixa pegada de carbono. O software encurta a pesquisa e o desenvolvimento e também fornece a rotulagem nutricional.
- Savormetrics: Essa empresa canadense fornece uma ferramenta inteligente capaz de prever curvas de decomposição, identificar possíveis contaminantes e determinar prazos de validade dos alimentos com exatidão.
Brasileiros também estão criando o futuro dos alimentos através da IA
Quando o assunto é IA já temos empresas se destacando, aqui estão algumas:
- Futuro Burger 4.0: A foodtech é especialista em alimentos à base de plantas, principalmente o hambúrguer, e tem usado Inteligência Artificial para imitar as papilas gustativas que temos na língua para testar o sabor e textura dos seus produtos.
- Diferente: a foodtech que investe em colaborações com pequenos produtores para “salvar” frutas, verduras e alimentos considerados fora do padrão para comercializar num serviço de assinatura direto ao consumidor, usa IA para sugerir receitas os itens de suas cestas, mostrando que frutas e vegetais feios podem gerar pratos lindos.
- Raízs: A start-up investe em Inteligência Artificial para prever o que será consumido por seus clientes e assim plantar e colher apenas o que será vendido, minimizando desperdícios.
O que nos espera no futuro?
A maior lição aprendida é que temos que considerar as consequências não intencionais de qualquer nova tecnologia juntamente com todos os benefícios e pensar sobre elas simultaneamente – em vez de esperar que as consequências não intencionais apareçam e depois abordá-las.
Satya Nadella – CEO, Microsoft
Alguns cenários são previsíveis, outros são improváveis, mesmo assim é importante parar e considerar alguns cenários que podem se tornar problemáticos no futuro.
Essas são algumas das principais questões as quais vale a pena tirar um tempo para refletir: Como ficará nossa privacidade, nossos dados pessoais em um mundo onde a IA está constantemente analisando e recolhendo informações? Se somos nós que alimentamos a Inteligência Artificial como garantir que ela terá princípios éticos?
Como vamos evitar a concentração de poder dessa ferramenta? O que pode ser feito para que o uso da IA seja descentralizado e acessível? Como encontrar um equilíbrio entre a contribuição humana e a assistência da IA? Precisamos de um sistema jurídico e regulatório que englobe as máquinas inteligentes?
Por fim, são essas e várias outras perguntas que precisamos avaliar antes de nos entregarmos ao inevitável: o uso crescente da IA para aprimorarmos a produção de distribuição de alimentos.
Mas uma coisa é certa: o amanhã sempre chega. E o nosso é recheado de máquinas pensantes que podem facilitar nossa vida e nosso negócio.