Carrefour vai parar de vender produtos da Pepsico na França
Carrefour vai parar de vender produtos da Pepsico na França: sim, você leu certo. A briga do gigante varejista se deve ao aumento de preços praticados pela indústria de alimentos, considerado abusivo.
Não está claro se os produtos que já estão nas lojas serão retirados ou se vão esgotar as vendas (eu sinceramente espero que esgotem, afinal, se não forem vendidos vão ser jogados fora?)
As gôndolas dos produtos da marca agora têm avisos de “não estamos mais vendendo essa marca devido a aumentos de preços inaceitáveis”.
O aumento de preços que ocorre mesmo quando a inflação abaixa tem nome, é greedflation, que seria a “ganânciaflação”, com o perdão da tradução ruim, já que não temos um equivalente por aqui. Já escrevi sobre reduflação (aqui) e econoflação (aqui), então adicione aí mais uma “flação” para o seu vocabulário!
Inclusive, o mesmo Carrefour colocou nas lojas, no ano passado, alertas aos consumidores sobre a reduflação, ou seja, tornou mais fácil identificar os produtos que diminuíram de tamanho, mas não no preço.
A Pepsico anunciou em outubro que planejava aumentos modestos esse ano, mas a demanda se manteve mesmo com os reajustes anteriores, levando-a a aumentar a previsão de lucro para 2023 pela terceira vez consecutiva.
Sabe-se que muitas empresas aumentaram os preços de seus produtos além das altas de seus próprios custos, mas há quem defenda que é normal testar o mercado e descobrir até onde vai a elasticidade de seus preços, porém em alimentos, estamos falando de itens de primeira necessidade, o que torna a disputa ainda mais inflamada.
E mais, aumentar preços além da inflação em produtos de primeira necessidade não esbarraria no S (social) do ESG? Como ser verdadeiramente sustentável quando se impacta a sociedade dessa forma? E se levarmos isso para outros segmentos como o farmacêutico e da saúde?
A discussão vai longe, mas é certo que a briga entre varejistas e a indústria na Europa está longe do fim. O próprio governo francês pediu aos varejistas e fornecedores que encerrem as negociações anuais de preços em janeiro, dois meses antes do habitual e o ministro da finanças ameaçou recuperar os “lucros indevidos” da indústria com impostos especiais por não repassar ao consumidor seus custos mais baixos.
Você está do lado de quem?