Upcycling com micélio para execução de paneis, isolamento e piso na construção
Em média, a geração de resíduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia produtiva, estima-se que os resíduos gerados possam chegar a 30%. O que fazer com eles? Algumas empresas se viraram para a construção com a ajuda de upcycling com micélio de fungo.
O micélio vegetativo de um fungo, é a parte correspondente a sustentação e absorção de nutrientes, se desenvolvendo no interior do substrato. Em ambiente úmido e rico em matéria orgânica, as hifas desse micélio podem crescer rapidamente. Esse crescimento ocorre nas extremidades das hifas, que vão penetrando cada vez mais no substrato, explorando-o na obtenção de alimento.
Algumas empresas entenderam que o micélio, que é a fase vegetativa dos cogumelos, pode ser uma alternativa viável para a construção civil. Desenvolveram painéis acústicos, isolamento térmico e pisos à base desse material orgânico. Para o cultivo desses produtos utilizam palhas e espólios de micélio, que vão crescer nesse meio. As palhas usadas são geralmente de milho, arroz e até serragem de madeira e outros resíduos agroindustriais.
Veja exemplos de quem já está apostando em upcycling com micélio:
Mogu
A Mogu foi fundada com a crença de que é possível empregar a inteligência da natureza para romper radicalmente com o design de produtos do dia a dia, buscando um equilíbrio mais fino entre o feito pelo homem e os ritmos do ecossistema natural.
Os painéis Mogu Acoustic são os primeiros produtos desse tipo disponíveis comercialmente, inteiramente feitos com micélio de fungos e de resíduos têxteis.
Da mesma forma, os Painéis de parede Mogu são uma solução dedicada aos espaços interiores.
Por fim, os produtos Mogu Floor são feitos com resina de 87% de base biológica que constitui a camada estética superior, substituindo os pigmentos industriais tradicionais por biomassas de baixo valor que resistem a saltos, arranhões e abrasões como qualquer piso convencional.
Ecovative Design
O Greensulate, material de isolamento rígido da Ecovative Design, é feito de micélio entrelaçado cultivado em resíduos agrícolas (principalmente cascas de sementes). Por isso o resultado é semelhante a uma espuma que isola razoavelmente bem.
Biohm
A Biohm pesquisa materiais de base biológica, principalmente a biofabricação de materiais para construção feitos a partir de resíduos. Desenvolveram um material de isolamento para construção feito de micélio.
Com o propósito de promover uma transição sustentável para um futuro circular, colocam a biomimética no centro de todas as decisões de design.
No Brasil temos a Mush
A Mush é uma startup fundada em 2019 e incubada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Eles trabalham na transformação de resíduos agroindustriais em soluções para o setor de embalagens, construção civil, acústica, biotecido e proteína de origem não animal.
Nesse sentido, a empresa lançou a linha batizada de Íris e conta com painéis, elementos decorativos e biombos e tem design assinado pela curitibana Furf Design Studio. Assim, as peças aliam biotecnologia, design e sustentabilidade, com apelo estético e ambientalmente responsável, inspiradas na biofilia.
Segundo a ReportLinker, o mercado global de micélio está se expandindo: atingirá US$ 3,84 bilhões até o ano de 2026, crescendo a um CAGR de 7,7%. No ano de 2020, foi estimado em US$ 2,48 bilhões — isso dá uma diferença positiva de US$ 1,36 bilhões. Neste contexto, o upcycling com micélio passa a ser uma realidade economicamente viável.
Entre em contato conosco para fazer o seu projeto de upcycling.
Artigo escrito originalmente em 08/12/2022 e editado em 12/01/2023
[…] possível. Fizemos um artigo inteiro sobre o uso de cogumelos na construção (confira clicando aqui), mas o assunto é tão dinâmico que de lá pra cá na Universidade de Columbia, nos EUA, uma […]
[…] Veja aqui outros exemplos, em nosso blog, de empresas que tabalham com micélio aqui. […]