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Por que a Turkish Airlines está servindo pão ancestral na classe executiva de seus vôos?

Por que a Turkish Airlines está servindo pão ancestral na classe executiva de seus vôos?

A Turkish Airlines começou a servir pão ancestral eito com trigo proveniente de Taş Tepeler aos passageiros da classe executiva. Mais do que passado, essa é uma história sobre o futuro da sua alimentação.

A Turkish Airlines começou a servir pão feito com trigo proveniente de Taş Tepeler, no sudeste da Anatólia, uma das primeiras regiões onde os humanos cultivaram cereais e assaram pão, há cerca de 12 mil anos. A iniciativa está ligada ao patrocínio da companhia aérea às escavações arqueológicas em Taş Tepeler, por onde as primeiras comunidades agrícolas passaram da recolha de sementes silvestres para o estabelecimento das bases da agricultura.

Pão ancestral Turkish Airlines 4
Imagem: Turkish Airlines

Os pães são servidos aos passageiros da classe executiva em voos internacionais que partem de Istambul e vêm em sacos de pano explicando a sua origem. A ação ressalta a Turquia como berço da civilização humana e sua alimentação como a conhecemos, destacando um produto local e universal ao mesmo tempo.

O papel de Taş Tepeler, o trigo e o pão ancestral na agricultura

Há cerca de 12 mil anos, no início da civilização humana, as primeiras sementes da agricultura foram plantadas no que hoje é conhecido como Crescente Fértil. Quando a Última Idade do Gelo terminou, há 11.700 anos, o clima nesta região melhorou, dando origem a um ecossistema fértil. As pessoas que, inicialmente viviam como caçadores-coletores nessas terras, começaram a coletar trigo selvagem, cevada, lentilhas e ervilhas para atender às suas crescentes necessidades alimentares, marcando uma transição de vida nômade para uma ligada à terra.

Inicialmente, estes grãos eram colhidos e consumidos no seu estado natural, mas eram necessários novos métodos de processamento. Os pioneiros da agricultura primitiva desenvolveram ferramentas primitivas, como pilões, pedras de amolar e pedras manuais, que lhes permitiram moer e esmagar grãos em uma forma consumível.

Imagem: Turkish Airlines

Com o tempo, esses primeiros agricultores começaram a experimentar o plantio de sementes, observando os ciclos de crescimento dessas plantas e refinando suas técnicas. Trigo, cevada e outros ancestrais selvagens dos alimentos básicos de hoje foram selecionados e gradualmente domesticados. Estas primeiras comunidades agrícolas lançaram as bases para sistemas sociais, econômicos e políticos complexos, estabelecendo as bases para futuras civilizações.

O futuro está no passado: porque nós deveríamos resgatar alimentos esquecidos

O pão ancestral feito de trigo domesticado evoluiu além de apenas uma fonte de alimento para as civilizações da Anatólia, desempenhando um papel na vida até os dias de hoje.

Imagem: Turkish Airlines

O desperdício é um problema moderno. Lidar com o problema do lixo é uma questão urgente hoje, mas será que nossos ancestrais também se preocupavam com isso? O que podemos aprender com quem esteve aqui antes de nós?

Não podemos negar que às vezes (muitas vezes!) somos arrogantes. Por vermos os avanços tecnológicos, a evolução da ciência e da computação, achamos que somos autossuficientes e que não temos nada a aprender com nossos antepassados (também falamos sobre este assunto neste artigo aqui).

O fato é que, com a crise climática, nossa dependência alimentar em torno de poucas culturas nos torne cada vez mais vulneráveis. Culturas menos resilientes correm o risco de desaparecer e, quando maior nossa diversidade, menos dependentes ficamos de cada um deles individualmente. Sabe quem se alimentava de maior variedade de alimentos? Sim, nossos antepassados!

Imagem: Turkish Airlines

A crise da biodiversidade

Segundo o Living Planet Report 2024 da organização WWF, o tamanho médio da população de vida selvagem caiu 73% desde 1970, com os declínios mais acentuados na América Latina e Caribe. Para 2025, é hora de tirar os óculos do ESG para inglês ver e colocar a biodiversidade em foco de verdade.  Pergunte-se: como a sua marca está aproveitando toda a riqueza que os alimentos nos dão? Você está usando integralmente seus insumos ou continua descartando as cascas, talos e sementes? Seus produtos são dependentes dos mesmos ingredientes que todo o mercado utiliza ou você dá chance de provar novos ingredientes e assim trazer novidade para o seu cliente? Pense nisso!

Referências: Trendwatching (1), Trendwatching (2), Turkish Airlines, MIT Technology Review

 
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